Pra que coisa melhor do que falar de livro brasileiro? Inaugurando as resenhas de livro de poesia com Gaveta Aberta, de Ítalo
Anderson.
Nunca fui uma grande conhecedora de poesias e sempre me
angustiei um pouco por não saber onde procurá-las e onde conhecer autores. Eis
que por uma enorme sorte se descobre que os bons poetas andam ao seu lado e às
vezes cursam o ensino fundamental junto com você!
Ítalo Anderson Clarindo, novo autor brasileiro, estudou com
a gente (Mari e eu) durante todo o ensino fundamental. Só agora, porém, temos a
oportunidade de conhecer sua obra.
Inicialmente, queria dizer que achei a capa do livro linda e
de muito gosto. Antes de dar início à leitura, especula-se sobre a qualidade da
obra pela capa, pelo seu título criativo e também pelos nomes dos poemas que
vemos do índice do começo. Gaveta Aberta me deu uma sensação de revelações
descuidadas, como uma parte de alguém que se revela, não por ser secreta, mas
por se permitir ser mostrada (evidentemente, isso é algo bem subjetivo, mas aí
mesmo está uma vantagem da linguagem poética!).
Gaveta Aberta é um livro muito sensível, muitos de seus
poemas traduzem sentimentos sem nome que temos e não conseguimos nomear ou
definir. Há uma abordagem abrangente de temas pelo autor, dando espaço para
desde as questões emocionais e existenciais até os sentimentos passageiros e as
situações inusitadas. Em todos os poemas, porém, o autor mantém sua
simplicidade, marca de sua escrita.
É uma leitura muito agradável e de uma criatividade que
salta aos olhos. Tenho certeza que é uma obra agradável para todos os públicos,
até mesmo os que não costumam ler poesia. Super recomendo!
Nada melhor do que a leitura para conhecer a essência do
livro e do poeta, portanto, termino essa resenha com alguns dos poemas que mais
me chamaram a atenção.
-Beatriz
-Beatriz
Ítalo possui duas páginas no facebook para quem desejar
conhecê-lo melhor.
https://www.facebook.com/italoandersonart?fref=ts (página do autor)
https://www.facebook.com/GavetaAbertaLivro?fref=ts
(página do livro Gaveta Aberta)
Relógio
cravejado
Comprou-a
um relógio
Todo
cheio de pedra
Na
feira da catedral
Sussurrava
no ouvido
Segurava
mão depois da missa
Dizia
ser o tal
Te
amo, docinho
Fica
assim comigo
Te
quero tão bem
Acode,
painho
O
relógio era falso
E
o amor também.
Poema
fiscal
Meio
da rua
Da
rua do meio
Centro
da cidade
Ouço
um tiroteio
Medo
de perder a vida
Encontro
uma caneta
Inspiração
indevida
Ideia
fora de hora
Pra
não perder o poema
Prum
poeta pega mal
Escrevi
o bendito
Em
uma nota fiscal.
Muito legal a estratégia do autor na página de sua obra no fb, disponibilizando de forma gratuita o marca livro, facilitando assim, uma melhor divulgação.
ResponderExcluirOlá vocês têm o contato do autor?
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